A pandemia não passou e a nossa jornada com o dinheiro continua
Para Fabiana M. Machado, a pandemia pode ajudar a entender a relação com o dinheiro
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Passamos dias riscando o calendário durante a pandemia, com medo de adoecer e ficar sem dinheiro. E com esperança de passar logo. Não passou.
A pandemia está deixando marcas e expondo tanto a fragilidade da nossa vida quanto a absoluta falta de controle ou segurança que buscamos ter, inclusive com o dinheiro.
Pode vir a tristeza, mas ela nos convida a refletir para identificar o que há de errado e aprender a viver de uma forma mais realista, passando a entender que:
- Precisamos do dinheiro, mas não encontramos nele a segurança.
- Corremos atrás do dinheiro para fazer e comprar coisas, mas ignoramos o que ele representa na nossa vida.
- Buscamos usufruir do dinheiro somente em momentos futuros, como a viagem no fim de ano ou na aposentadoria, que podem não acontecer (ou ao menos como desejamos).
- O sonho de enriquecer está cada dia mais distante e o desemprego, o endividamento e a desigualdade cada dia mais presentes.
- Podemos querer ter dinheiro sem esforço, mas o mundo ainda precisa de muito trabalho.
- Quem ainda tem salário corre risco de perder as garantias e não imagina o que seja (ter que) empreender e ser o dono do próprio negócio.
- Muitas boas ideias não serão vendidas a preços milionários e quem dera sejam o sustento de muitos jovens e famílias.
- O dinheiro pode vir, mas manter será sempre um desafio.
- Não precisamos ter controle sobre o dinheiro, como se fosse algo a ser dominado, numa luta diária para mostrar quem manda em quem, mas sim ter consciência da forma como geramos, gerimos e usufruímos.
Como toda mudança, não há volta. Não será como antes. Para muitos, a vida acabou durante a pandemia e usufruir ficou para trás. Não há mais tempo para aproveitar nada. Para quem ficou, a jornada com o dinheiro continua…
Mas o dinheiro seguirá o seu próprio fluxo. E nós, quem sabe um dia, conseguiremos viver de uma forma mais leve e consciente com o dinheiro. Afinal, a jornada não é pelo dinheiro. É por nós.