Um convite para falarmos de dinheiro
Em sua coluna de estreia, Fabiana Mendonça Machado propõe repensar a sua relação com o dinheiro
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Falar de dinheiro ainda é um tabu. E evitamos tanto falar de dinheiro, que é comum usar sinônimos para falar de forma mais agradável ou aceitável algo que está presente na nossa vida diariamente:
Onde vou investir meus recursos financeiros?
A minha condição financeira não me permite investir agora.
A minha situação financeira não é favorável.
As minhas receitas e despesas não estão equilibradas.
Preciso organizar as minhas finanças.
Preciso fazer o meu orçamento doméstico.
A quantia que recebo pelo meu trabalho é pouca.
Estou sem nenhum tostão.
A grana está preta.
O montante que eu tenho na conta está negativo.
Vou pagar a bagatela de dez reais.
Isso custa a importância de mil reais.
Isto é muito caro; prefiro pagar o mais barato.
Não gostamos de falar de dinheiro ou, no mínimo, não nos sentimos confortáveis para falar sobre ele. Mas, independente da linguagem que usamos, lidar com o dinheiro continua sendo necessário e faz parte da nossa vida. A questão é que olhar para o dinheiro e tudo o que está associado a ele pode ser doloroso e negativo, o que faz com que ele se torne o vilão da história.
Mas, todas nós temos a nossa própria história com o dinheiro. Situações que vivemos desde a nossa infância, tais como não falar abertamente sobre dinheiro com os pais, sermos poupadas da realidade financeira da família, sermos dependentes financeiramente ou quando o dinheiro é motivo de discussão ou traição, faz com que sentimentos como vergonha, ansiedade, insegurança e frustração se tornem comuns na relação com o dinheiro.
Em geral, as mulheres desejam independência e liberdade financeira, empreendem ou buscam seu espaço no mercado de trabalho, mas ainda vivem com grande sentimento de culpa, incapacidade e falta de merecimento ao lidar com o dinheiro.
E esses sentimentos geram dificuldades e dilemas em todos os aspectos das nossas vidas:
- Seja como empreendedora, na hora de colocar o preço no serviço, cobrar um cliente ou gerir o próprio negócio; seja como profissional que não sabe gerenciar os seus ganhos e muitas vezes se prende ao salário para se sentir segura.
- Como mãe, a dificuldade de dizer não ao pedido de um filho, usar o dinheiro como forma de afeto e compensar a ausência, muitas vezes repetindo o padrão em que foi criada.
- Nos relacionamentos, o dinheiro é conhecido como causa da maioria das separações e a mulher ainda se vê dependente e deseja que o companheiro assuma as despesas da casa.
Qualquer que seja a sua experiência com o dinheiro, quanto mais falar sobre o assunto, mais fácil será lidar com o dinheiro, com mais liberdade e consciência e de uma forma que faça sentido na sua vida.
Quer saber mais? Acompanhe a minha coluna semanal aqui no Bella+. Vamos juntas nesta jornada!